ATO I – O NAMORO. (Ct 1.1 – 3.5)
Este primeiro ato trata da
projeção romântica e hiperbólica que Sulamita tem de Salomão e Salomão tem de
sua amada Sulamita. A simplicidade do relacionamento é descrito através do
romance de dois camponeses, um pastor de ovelhas e uma agricultura que cuida
das vinhas de sua família, as figuras mais simples e populares no antigo testamento.
Salomão poderia ter explorado o relacionamento sob a ótica de um príncipe e uma
princesa, seu romance por palácios de ouro e de marfim, mas ele prima pela
simplicidade da vida campestre o que torna o livro de cantares ainda mais
atrativo e peculiar para os nossos dias contemporâneos, onde os romances são
vistos de formas extremamente distantes, através do conto de princesas e
príncipes, ou extremamente sombrios nas figuras de bruxos, vampiros e
lobisomens.
Ele consiste de 5 monólogos
de Sulamita, 4 Elogios poéticos de Salomão as virtudes e a simplicidade de sua
amada, 1 elogio poético de Sulamita em resposta aos elogios de Salomão, 3
pensamentos advindos da consciência de Sulamita que de forma poética é
representada através do coral das filhas de Jerusalém que interrompem a fala de Sulamita. 1 exclamação da
consciência de Sulamita as filhas de Jerusalém que é o refrão mestre dessa
linda canção e dá equilíbrio a poesia com um pouco de raciocínio e razão em
meio a torrente de elogios apaixonados:
“Mulheres de
Jerusalém, eu as faço jurar pelas gazelas e pelas corças do campo: não
despertem nem provoquem o amor enquanto ele não o quiser”
O que mostra o lado crítico
do poeta Salomão visto no livro de Eclesiastes. Sulamita prima pelo despertar
espontâneo de suas emoções. O amor deve está adormecido e ser despertado no
tempo certo, ou seja, quando houver maturidade suficiente para tal. Não deve
ser despertado por meros elogios ou atração física, Mas no tempo certo, dentro
poema, mais adiante, descrito como o tempo em que as vinhas de uvas estiverem
em flor.
Por ultimo a uma expressão
que não é atribuída a nenhum dos interlocutores da peça. Uma voz que brada é tom de disciplina e advertência:
‘Apanhem para nós
as raposas, as raposinhas que estragam as vinhas, pois as nossas vinhas estão
floridas. ”
Alguns identificam essa voz como sendo a voz
de Deus que abençoa a união de Salomão e Sulamita, mas adverte aos jovens
apaixonados sobre a presença de perigos nessa união.
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